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Afinal, celulares derrubam aviões?

Não existe coisa mais chata do que encarar uma longa viagem de avião sem ter o que fazer. Entre as causas de irritação estão o pouco espaço para as pernas, passageiros sem educação, serviço de bordo precário e, principalmente para um geek, a impossibilidade de utilizar o celular, seja para navegar ou fazer chamadas. Mas o aparelho é realmente tão maléfico para os instrumentos de uma aeronave?
Avião decolando (Foto: Reprodução/stock.xchng)Avião decolando (Foto: Reprodução/stock.xchng)
Especialistas norte-americanos afirmam que não. Afinal, não é raro que passageiros esqueçam os telefones ligados e só percebam depois de aterrissar tranquilamente, sem que o avião tenha se transformado em bolas em chamas caindo do céu.
Não há nenhuma prova da interferência, um temor que já dura 20 anos. A regra norte-americana que proíbe o uso de celulares sequer é uma lei federal. O Federal Communications Commission (FCC), agência norte-americana que regula o setor de comunicações (semelhante a Anatel), chegou a realizar uma investigação em 2004, mas a pesquisa foi abandonada três anos depois, alegando ainda não ter informações suficientes.
Inconveniência?
xperia x10 (Foto: techtudo)Xperia x10 (Foto: techtudo)
De acordo com Carl Biersack, membro da IPCC (uma sociedade em prol do uso de telefones em aviões), o real motivo da FCC não ter aprovado os aparelhos nos aviões ultrapassa a questão técnica ou de segurança. Prova disso seria a livre utilização dos aparelhos em aeronaves de companhias em 139 países, incluindo os da Europa.
Segundo Biersack, o problema mesmo seria a pressão pública, que acreditaria que passageiros não querem ser incomodados com a falação no voo. Detalhe: de acordo com a IPCC, a duração média de chamadas realizadas dentro de aviões é de apenas 53 segundos nos países onde é permitido.
Aqui no Brasil apenas recentemente a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) autorizou o uso de celulares, incluindo pacote de dados, em alguns voos da companhia aérea TAM. Ainda assim, são poucas as rotas que oferecem o serviço, que cobra valor de DDI mesmo em chamadas nacionais e possui conexão de, no máximo, 250 kbps.
As pessoas também não podem falar ao mesmo tempo e os celulares não podem funcionar durante pousos e decolagens. A regra local para todo o resto – ou seja, a esmagadora maioria dos voos comerciais realizados em território nacional – apenas permite ligar o aparelho quando a aeronave estiver no solo e com o motor desligado.
Mesmo a configuração “flight mode” (ou “modo de vôo”) nos aparelhos não é permitida nos aviões, o que impossibilita o uso, ainda que offline, de smartphones, celulares ou videogames portáteis (estes apenas por conterem a função Wi-Fi). Notebooks também não são bem-vindos em rotas domésticas.
Sinal de mudança
Enquanto isso, voltando aos Estados Unidos, o Google ofereceu Wi-Fi gratuito em voos das empresas AirTran, Delta e Virgin America entre novembro do ano passado e o começo de janeiro de 2011. A única exigência é a utilização do navegador da empresa, o Chrome. É um preço pequeno a se pagar pela comodidade de poder navegar na Internet e espantar o tédio. É também um grande passo para derrubar o mito – não o avião – do uso de aparelhos eletrônicos dentro de aeronaves.
Via: The Daily

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